domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os ventos da minha infância


Que saudade dos ventos da infância, pois somente eles me traziam o cheiro da floresta, o frio lá da serra, que aqui eu não tenho mais... Que saudade dos ventos da infância, que me traziam o cheiro do urucum, que pintava a bela índia com seu corpo quase nu. Traziam-me verdes folhas e pétala multicor, me trazia o canto dos pássaros, assobios de amor... Que saudade dos ventos da infância, que balançava o coqueiral, produzia ondas no rio, desenhava no meu pensamento o ruído da onça pintada, o temido e lindo animal. Traziam-me também as chuvas, que as vezes vinha com trovão, mas quando tocava o telhado, o ritmo bem arrastado, fazia um som afinado, sinfonia de pura emoção... Mas o vento da minha infância passou e não mais voltou, deixou comigo a lembrança e o respeito à natureza, pátria do Deus criador.

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