segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Nossa história


Se tomarmos cada dia da nossa vida como um relato, ao final teremos um livro, um livro de contos diários, cada um em sua página. Alguns livros poderão entrar na classe dos romances, outros da tragédia, alguns no suspense ou até na comédia. Então, em qual perfil se encaixa seu livro? Drama ou Comédia? Romance ou Tragédia?
Não me diga que seu livro tem apenas contos repetidos? Ahhh... Pense como deve ser chato ler um livro onde o conto da página 1 é igual ao da 2, que muda somente algumas coisinhas na 3 e na 4, e retorna à mesmice na 5. Livrinho sem graça este né!?
Ah não... Seu livro é aquele cheio de emoção, onde cada conto é recheado de novidades, novos personagens, novas aventuras, clímax e desfechos inusitados...
O seu livro será um grande livro ou somente um livro grande? Será aquele livro que transforma a vida de quem lê, ou mais um daqueles livros empilhados no canto da livraria acompanhado do rótulo: Leve 5 e pague 1, pois nas entrelinhas todos são iguais, só muda a capa e a edição.
Como estamos escrevendo nossa história? Ninguém aguenta ler um livro cheio de melancolia, cheio de redundâncias, rotinas decoradas como leis vitais, sem emoção, onde tudo parece igual ao livro lido na semana passada. Mas peraí... o autor deste livro quem é? Tcharam.... Advinha... Nós mesmos! Portanto somos nós os responsáveis por cada conto inserido neste livro biográfico, neste diário vital. E cabe somente a nós a atitude de fazer de cada conto, um belo conto, de cada parágrafo, uma nova experiência, de cada “P.S”, uma nova sensação, de cada capítulo, uma certeza que o que está por vir tem uma pitada maior de experiência, maturidade e bom humor. A capa do nosso livro pode ser preto e branco, ou em tons de sépia, mas também ser bem colorida, ou quem sabe indicar que a capa é o de menos, e que o bom mesmo está no interior, nas minúcias de cada relato... Nosso livro pode causar riso, espanto, pode comover, causar inveja. Não importa! O importante é que cada relato seja a fiel recordação de momentos que valeram a pena. Momentos por vezes curtos, porém intensos. Não vamos desprezar nenhuma página do nosso livro, afinal ele pode ser um livrinho de poucas páginas, mas se for eterno na memória de quem o leu, com certeza será um best seller, um nobel na literatura do coração de cada personagem participante deste enredo, A VIDA!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

"Vende-se um Aval"


Porque será que nós sempre precisamos de um aval para tomarmos um rumo?
É cada vez mais difícil encontrar alguém que tome uma idéia própria,ou até mesmo alheia, e tenha a coragem de segui-la sem se preocupar com opniões, ou seja, sempre precisamos de uma aval, de um avalista, de algo ou alguém que nos confirme e que confie na nossa idéia. E pior, esse aval que tanto precisamos, por vezes tem que ser material, algo palpável, moderno, futurista. Vamos ao exemplo... A cerca de 2000 anos atrás um certo homem proferia à humanidade uma máxima que se baseava na fé. Este homem explicava que a fé seria capaz de mover montanhas, mudar horizontes, abrir rios e mares. E este conceito vem difundido no livro mais lido do planeta terra inteiro. E daí? Daí que é um conceito velho, ultrapassado, metódico, ilusório, retrógrado, e irracional. Ops! Nada disso, quer ver? Atualmente uma escritora australiana publicou um livro que promete " O SEGREDO" para a conquista de tudo. É mais ou menos assim: eu quero, eu posso, eu conquisto; o que tecnicamente se chama lei da atração. Traduzindo mais uma vez: eu acredito e sou capaz de tudo, tudo mesmo. Portanto posso incluir neste tudo: remover montanhas, mudar horizontes, abrir rios e mares. E este livro que promete "O SEGREDO" vendeu milhões de exemplares e até deu o título ,à autora do mesmo, como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. E daí? Daí que muitos tomaram este "Segredo" como ideal de vida, como filosofia para o sucesso e à felicidade. Mas peraí... isso já não tinha sido falado a 2000 anos atrás por um certo homem? Pois é! Ele falou! E nós, consumistas, materialistas, modernistas que somos, preferimos acreditar no "Segredo", como a fonte para nossas conquistas, ou seja, precisamos de um AVAL, de alguém para acreditarmos em algo. Este foi somente um exemplo, dentre vários que caberiam aqui. Poderia muito bem citar o exemplo daquela roupa que gostamos tanto mas temos vergonha de vestir porque falaram na coluna de moda do Jornal Hoje que isso já é ultrapassado. Ou poderia citar o exemplo daquele pensamento que nós temos vontade de externar no blog, mas não falamos porque sei lá... "a galera pode não gostar". Melhor dizendo, ninguém me deu o aval! Portanto o que percebemos é que acabamos nos afundando em convenções idiotas, até por vezes imbecis, e que nem vão de encontro ao que pensamos ou que gostamos. Vamos com a maioria, com o que provavelmente vai dar certo, esquecendo que a palavra vanguarda não existe somente pra ser emissora de TV, ou palavra de dicionário. Nos encolhemos sobre o medo do julgamento alheio e esquecemos que poderiamos marcar nossa existência com uma idéia ou ação, que deixamos de fazer por falta de um aval. Enfim... seria tão bom se na quitanda da esquina também vendesse algo chamado Aval. Aval pra idéia, aval pra pensamento, aval pra estilo, aval pra felicidade, pois quem sabe assim ultrapassamos esse medo de ousar.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Castigo.... existe?

Poder se valer de argumentos é sempre bom. Mas chega um momento em que trasformamos argumentos em arma para defender o indefensável. Sabe aquele ditado: " não conseguimos perceber um palmo além do nosso nariz",é mais ou menos assim, sempre que estamos diante de algo que sabemos que é culpa somente nossa, disparamos argumentos ,por vezes redundantes, para tentar arranjar um culpado. É isso mesmo, sempre em nossos argumentos existe um culpado, um pivô,ou no mínimo um protagonista, que na maioria das vezes é ele, Deus, o Jesus Cristim , ou Nossa senhora das dores, dos navegantes, "num sei das quantas". Coitados não!? Será realmente que Deus é sempre aquele que põe a mão em tudo? Se for assim somos meros fantoches dele, ou não!? Aham! Cheguei onde queria chegar... até quando vamos recorrer a Deus ou aos Santos como os culpados de nossas tragédias, mazelas e desilusões? Acho que seria mais fácil assumir a culpa, e mais do que isso, ter a noção que tudo que fazemos tem uma consequência. É mais ou menos como a terceira lei de Newton, aquela da ação e reação, só que transcendendo a outros aspectos como o social, econômico, e até o moral. Acho que é muito fácil explicar as enchentes das grandes metrópoles, as catastrófes naturais, a disseminação de doenças, como possível castigo de Deus. E porque não assumimos a culpa e traçamos metas para melhorar? Por exemplo, se existe um número crescente de determinado cânçer, será castigo devido à modernidade, ou será mera consequência desta? Eu prefiro acreditar em Deus como infinitamente BOM e JUSTO. Mas cá entre nós, é dificil assumir a culpa....

Os ventos da minha infância


Que saudade dos ventos da infância, pois somente eles me traziam o cheiro da floresta, o frio lá da serra, que aqui eu não tenho mais... Que saudade dos ventos da infância, que me traziam o cheiro do urucum, que pintava a bela índia com seu corpo quase nu. Traziam-me verdes folhas e pétala multicor, me trazia o canto dos pássaros, assobios de amor... Que saudade dos ventos da infância, que balançava o coqueiral, produzia ondas no rio, desenhava no meu pensamento o ruído da onça pintada, o temido e lindo animal. Traziam-me também as chuvas, que as vezes vinha com trovão, mas quando tocava o telhado, o ritmo bem arrastado, fazia um som afinado, sinfonia de pura emoção... Mas o vento da minha infância passou e não mais voltou, deixou comigo a lembrança e o respeito à natureza, pátria do Deus criador.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Condomínio Parsárgada

Ei!
Você que está cansado
de viver encurralado
na sua casa...
na sua prisão...

Venho!
te mostrar minha idéia
de um mundo que é possível
não pense que é ilusão...

Ei!
você que está perdido
procurando um sentido
um rumo pro seu coração

Vem!
vem aqui morar comigo
pois eu cumpro o prometido
o seu sonho aqui não é em vão

Condomínio Pasárgada...
não temos bala perdida
satisfação garantida
aqui seu filho vai poder brincar

Condomínio Pasárgada...
não temos corrupção
nem bandido, nem ladrão
qualidade ISO 1 milhão...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Doce devaneio

Tudo na vida para mim é doce. Essa é uma mera visão de jovem otimista.
Tudo na vida, para mim, tem uma pitada de delirio, ilusão, devaneio. Esta é a grande visão de quem não acredita em pura racionalidade.
Portanto está no ar, ou melhor, está na net, doce devaneio... O ensaio saboroso de pensamentos insanos. A expressão de idéias e pensamentos totalmente mutáveis, falivéis, mas que para aquele momento, repito: para aquele momento, são totalmente verdadeiros. Mas, também podem ser idéias e pensamentos inabaláveis..... vai saber!?!


" A única verdade é que vivo.
Sinceramente eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais..." Clarice Lispector